quinta-feira, dezembro 29, 2005

Minha retrospectiva (desculpem)

Costumo dizer que não tenho memória e/ou cabeça para datas. Dificilmente sei em que ano aconteceu isso ou aquilo, ou quanto tempo faz que parei de beber Coca-cola, quando li aquele livro, vi aquele filme ou fiz aquela viagem. Se lembro dos fatos, normalmente não os associo a um determinado espaço de tempo. Já tentei manter diários para suprir essa deficiência, mas sem sucesso (por qualquer que seja o motivo). De qualquer forma, acredito que o ano de 2005 vai deixar lembranças. Foi um ano que passei um bom tempo e pude conhecer melhor pessoas especiais como a Claire, o Maroldi, a Les, a Prit, a Thams, o Júnior (os dois) entre outros (pra não deixar ninguém de fora). Foi o ano em que tive a oportunidade e a honra de interpretar para pregadores internacionais, alguns dos quais deixaram uma marca, como os dois Pauls (Paul Clamp especialmente e Paul Agnew). Aliás fato esse, só explicado pelo amor de Deus, já que eu nunca fiz um curso de inglês e nunca coloquei os pés num país de língua inglesa (ainda). Foi o ano em que recebi uma longamente esperada e sonhada visita, aliás, não apenas uma, mas duas (só isso já valeria o ano, e talvez a vida). Foi também o ano de Narnia. O ano de redescobrir e conhecer melhor C. S. Lewis (difícil descrever a sensação de encontrar algumas de suas obras em uma "livraria normal" ou não receber aquele olhar de não-faço-a-menor-idéia-do-que-você-está-falando ao pedir um de seus livros). Foi o ano que nos deu Nothing Is Sound do Switchfoot (com as delicadas e belas The Blues e The Setting Sun), The Imposter do Kevin Max, Drunkard's Prayer do Over The Rhine, e por que não How To Dismantle An Atomic Bomb do U2 * (ah, lembre-se sometimes you can't make it on your own/às vezes você não consegue sozinho). É, por essas e outras que posso dizer com certeza que vou lembrar de 2005.

Ou não...

* na verdade lançado em novembro de 2004

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Natal

Eu nunca fui muito ligado ao Natal. Por isso não sei se é impressão minha ou fato, mas parece que aquele chamado 'espírito natalino' não veio esse ano. Está tudo tão normal, como se nada tivesse acontecido ou por acontecer. Bem, isso não vai me impedir de desejar aos poucos sobreviventes leitores deste blog um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo. E como diz alguém que eu conheço: "Natal é aniversário de Jesus, dê a Ele seu coração". Até 2006.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Amar

O mundo seria um lugar bem mais fácil de se viver se as pessoas soubessem o significado de "Eu te amo".

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Oração de Bêbado

A voz poderosa e sensível de Karin Bergquist e o piano genial e melancólico do seu esposo Linford Detweiler tem ditado o ritmo do meu coração nestes dias sem graça, sem cor, sem poesia. Segue a tradução (interpretação) de uma de suas canções, apropriadamente chamada Oraçao do Bêbado (título do último trabalho da dupla).

És minha água

És meu vinho

És meu whiskey

De tempos em tempos


És a fome

Nos meus ossos

Todas as noites

Que durmo só


Doce intoxicação

Quando tuas palavras

Lavam-me


Quer se movam ou não

Teus lábios

Falam comigo


Como um oceano

Sem ondas

És o movimento

Que eu almejo


E nesse balanço

Desejo afogar-me

Perdido para não ser encontrado

És minha água

És meu vinho

És meu whiskey

De tempos em tempos

Linford Detweiler e Karin Bergquist (Over The Rhine)

Incompleto

É sabido que a esperança demorada enfraquece o coração. E aquele já não bate há algum tempo. No lugar apenas aperto, frágil alento. De quem não sabe. De quem não pode ter, apenas sonhar. E o sonho já não alimenta. Apenas aumenta... a dor. De quem cansou de sonhar, de quem não agüenta mais esperar, de quem não sabe o que fazer, de quem não tem a quem recorrer. De quem não adianta gritar, pois já não tem tamanho, pois já não tem motivo, já não tem razão. Já não sabe o caminho. Já viu o destino, solidão.

Só foge da solidão quem tem medo dos próprios pensamentos, das próprias lembranças

Olívia em "Olhai os lírios dos campos" de Érico Veríssimo

quinta-feira, dezembro 01, 2005

terça-feira, novembro 08, 2005

Os tristes têm duas razões para o ser: ignoram ou esperam

Albert Camus

Migalhas

Você fala de sinais e maravilhas

Mas eu preciso de alguma outra coisa

E eu acreditaria se pudesse

Mas estou esperando as migalhas da sua mesa

Crumbs From Your Table do U2

terça-feira, outubro 18, 2005

I've got a wound that doesn't heal

Burning out again

Burning out again

...

My wound goes deeper than the skin

There's no hiding it

So I'm not trying it

trecho de Setting Sun do Switchfoot

sexta-feira, outubro 07, 2005

Espelhos

O homem ficou ali parado, suspenso, com os olhos marejados como quem quer chorar mas já não tem mais lágrimas, vendo o pai afastar-se indiferente como, deduzo, fizera a vida inteira. Assistindo à cena, me ocorre que aquele homem ali, sozinho, apesar dos seus mais de trinta anos não passa de um garotinho inocente esperando o pai voltar de uma longa viagem para poder abraçá-lo. Mas ele não vai voltar. Nem tampouco vão todos os outros que ele ousou chamar de pai, numa doce tentativa amarga de preencher aquele espaço vazio que o define, de reclamar para si o que era seu de direito, mas a vida por algum motivo lhe negara o que o fazia querer ainda mais.

Ali, parado, a dor maior é saber que ele pode conquistar o mundo, pode se tornar o melhor marido do mundo para alguma mulher, o pai que quisera ter tido, o amigo que só se encontra em histórias, mas toda vez que ouvir o nome, toda vez que, por menor que seja, uma circunstância lhe trouxer a lembrança de um daqueles momentos, ele sabe que seu coração vai se desmanchar no peito, batendo forte, dolorido, sem jeito. Ele sabe que vai se perguntar porque e por mais que encontre explicações, por mais que consiga tudo o que puder, por mais que seja, ainda assim se sentirá furtado, ainda assim se sentirá incompleto.

Olhei novamente e o homem ainda estava lá, com uma das mãos carinhosamente apoiada no vidro da janela numa última tentativa de alcançar, numa última tentativa de tocar. E assim permaneceu, até que o avião desaparecesse como se nunca tivesse estado lá. Só então ele virou-se para ir. E antes de dar o primeiro passo, ele suspirou profundamente. Seus olhos brilhavam quando abriu um alegre sorriso triste como que dizendo que mal podia esperar pela próxima vez. E se foi, como se nada tivesse acontecido.

sexta-feira, setembro 30, 2005

Lápide

Morreu como vivera, sozinho.

terça-feira, setembro 20, 2005

Condicional

Eu sei é um doce te amar

O amargo é querer-te pra mim

Rodrigo Amarante

terça-feira, setembro 13, 2005

quinta-feira, setembro 01, 2005

Viver

Na vida, como no amor, eu só posso fazer minha parte. E minha parte é amar. Nada mais...

lembrete: desenvolver melhor a idéia quando descobrir o que quer dizer.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Sobre perguntas e respostas

Eu sei. Tenho escrevido pouco. Lido pouco. Visitado pouco meus amigos, e falado menos ainda com eles (infelizmente). O fato é que tenho andado ocupado e, parando um pouco agora para pensar, não sei bem o porquê ou com quê. Eu vivo com a impressão de que estou 'matando' o tempo, esperando enquanto algo não acontece, e acreditem algo vai acontecer. Só não sei quando, ou exatamente o quê. Só sei que já está começando. E tudo que começa traz sempre um milhão de perguntas, e eu, racional que sou (porque será que eu preciso tanto de explicações), me pego fazendo outro milhão de perguntas. Lendo um post sobre o novo trabalho do Switchfoot no DotGospel me ocorreu uma idéia, que daria aquele artigo que estou devendo para o SofaNews e que eu provavelmente não vou escrever porque eu sou assim mesmo, cheio de boas intenções e pouca ação. Bem, a idéia é simples, tão simples que agora nem sei mais porque raios estou escrevendo sobre ela. Acho que é porque eu queria evitar outro post preguiçoso, daqueles tipo citação sem explicação. O fato é que talvez eu devesse escrever o artigo, a idéia deve ficar bem melhor lá (talvez o faça depois que ouvir o Nothing Is Sound). E eu gostaria de poder citar a fonte da frase, mas eu sou assim mesmo, sei os versículos mas raramente onde eles estão escritos. O fato é que:

Se você quer respostas, é melhor começar a fazer as perguntas certas.

Pronto. É isso. Por hoje é só. Reclamações na caixa de comentários por favor. Não aceitamos devoluções.

segunda-feira, agosto 08, 2005

Aproveitando a data

Um dia Deus achou necessário convercer-me do quanto me amava. Foi nesse dia que conheci você. Desde então, sempre que preciso ser lembrado disso, você cruza providencialmente meu caminho. E mesmo depois de tanto tempo e tanta saudade, meu coração ainda dispara, ainda bate mais forte. E em meio a tanta emoção, as palavras me fogem e eu só consigo dizer: Obrigado! Obrigado por me amar tanto e porque eu sei que não preciso de mais nada!

terça-feira, agosto 02, 2005

Filosofia de cinema

Quando o aprendiz está pronto, aparece o mestre

tirada de algum filme desses que a gente vê por aí, guarda uma frase e esquece o resto

sexta-feira, julho 15, 2005

Retratos

Seus olhos diziam claramente aquilo que os poetas tentam, muitas vezes em vão, dizer com palavras. Mas há muito as pessoas perderam a capacidade de 'ouvir' um olhar. Assim como perderam a sensibilidade para receber um gesto de amor, mesmo os mais puros, aqueles que só fazem mal quando ignorados. Já passara da fase de tentar entender, quando ficava imaginando o que se passava na cabeça daqueles que abraçava como quem abraça a vida. E para ele, era como se dissessem "tá, você gosta de mim, já percebi, mas essa é a última coisa que eu preciso". Por amar tanto aceitava que fosse assim, não sem sofrer. A verdade liberta, mas mesmo livre, até então escolhera a dor à segurança, pois cria ser isso viver. Mas estava cansado, a indiferença minava-o lentamente e a dor se tornara um castigo auto-imposto, sem objetivo e que começava a produzir ressentimento. Dissera a si próprio que iria até o fim, mas não queria chegar nesse ponto. Aceitava a amargura, mas não o ressentimento. Então resolveu tomar uma decisão, a mais drástica que já tomara em toda sua vida. Há muito que a considerava, sempre com pavor e desdém. Mas agora era a única coisa a fazer, nada mais importava. Precisava acabar de uma vez por todas com aquilo tudo. Vencido, tomou a decisão que adiara por tanto tempo. Resolveu... Finalmente resolveu crescer...

O coração era um transatlântico, grande como a palavra.

Mas transatlânticos também afundam. E este está à deriva há muito tempo...

terça-feira, julho 12, 2005

Não me responsabilizo

1) Qual o seu filme favorito?

É complicado escolher um só, dentre tantos que mexem com a gente, por motivos e em ocasiões diferentes. Mas os nomes que me vem à mente são: "O Aprendiz" de Bryan Singer baseado em um conto de Stephen King e "Perfume de Mulher" que dispensa apresentações.

2) Qual o último DVD que você comprou?

Bom, eu tenho sobrinhos... então o último DVD que comprei foi "Os Incríveis". Bem, acho que eu o teria comprado mesmo que não tivesse sobrinhos, o filme é ótimo.

3) Quais os 5 últimos filmes que você viu?

Vou fazer um esforço para lembrar, já que não lembro nem o que almocei ontém. Não tenho visto tantos filmes assim, então não vai ser difícil. "O Herói" (em uma palavra belíssimo), "Menina de Ouro" (alguém vai me xingar por isso, mas... é um "Rocky" de saias, melhorado com direito a virada inesperada), "Amigo Oculto" (uma bobagem que o Robert De Niro pode se dar ao luxo de cometer), "Ray" (ótimo) e finalmente "Em Busca da Terra Do Nunca" (sensível e cativante). Ah... eu não almocei ontém...

4) Qual o melhor filme brasileiro de todos os tempos?

Como na música, acompanho pouco a produção nacional. Tenho visto apenas os filmes mais recentes. Do pouco que vi fico com "Central do Brasil" e "Cidade de Deus".

5) Qual o seu diretor/ator/atriz e seu gênero favoritos?

Vou dar uma de pseudo-intelectual e citar Truffaut e Kubrick como meus diretores favoritos... brincadeirinha. A verdade é que entendo tanto de cinema, que não tenho nem capacidade para diferenciar os diretores, logo não tenho um favorito.

Atriz.. deixa eu ver... bom, a pergunta é "favoritos", e não necessariamente, "melhores", então posso escolher as atrizes pelos quesito beleza!! Vamos lá... Gabrielle Anwar (do inesquescível tango de "Perfume de Mulher"), Catherina Zeta-Jones, Jennifer Garner, Jennifer Connely e Whoopi Goldberg (está bem, esta última pode não ter sido pelo quesito "beleza", é porque ela é boa atriz mesmo e engraçada). Opá... ia esquecendo que Jennifer Aniston (agora que eu vi, 3 Jennifers, coincidência?)

Ator... sentem-se a lista é grande. Sean Connery, Anthony Hopkins, Dustin Hoffman, Ian McKellen, Ian Holm, Jack Nicholson, Hugh Jackman, David Strathairn. Está bom, deu para ter um idéia.

Bem, finalmente gênero. Meu gênero preferido é: "diversão". Qualquer gênero que prenda sua atenção de maneira satisfatória por algum tempo... Ultimamente estou levemente inclinado aos dramas, mas isso é fase e passa.

6) Escolha 5 pessoas para passar a corrente..

Essa vai ser a mais difícil! O Maroldi (que não é muito de entrar em correntes), o Andreoli, o b.m., a Thams e o Dimi (que deve ter umas respostas inusitadas).

Quem se responsabiliza? A Claire, que praticamente me obrigou a responder o questionário he he he.

quinta-feira, julho 07, 2005

O Dia Do Curinga

Não, não vou fazer review desse livro que eu não li.

É que ontém estava numa a livraria daqui da cidade matando tempo e gastando olhos, quando entrou uma mocinha com sua roupa pós-aula-de-balé acompanhada do que deveria ser sua avó, tia, ou na pior(melhor) das hipóteses sua mãe. Pediu a uma das atendentes um livro que ela não lembrava o nome, mas que tinha a palavra 'coringa' no título. A atendente procurou no famigerado 'sistema' e nada encontrou. Eu normalmente deixo passar batido, mas não resisti:

- Não seria "O Dia Do Curinga"?

- Você conhece? - perguntou-me surpresa a atendente.

- É do mesmo autor de "O Mundo de Sofia".

Algo estalou na cabeça da atendente, tão automática foi sua resposta, enquanto pegava o livro na estante que ela nem precisou procurar:

- Ah... Tenho sim!

A mocinha com roupa pós-aula-de-balé saiu toda feliz com seu best-seller debaixo do braço e sequer notou a minha presença.

Acho que vou voltar lá e pedir comissão.

P.S.: Desculpem o post estilo diário... vou continuar procurando evitar.

quarta-feira, junho 29, 2005

Amanhã

- Você vem amanhã? Vem? Vem sim! vem amanhã!? - perguntou sofregamente o velho, como se a afirmativa do garoto lhe garantisse pelo menos mais um amanhã. O garoto, que não precisava ser velho para saber, não queria, mas também não podia dizer não. Nos longos segundos que seguiram o pedido, lutou com a parte de si que não queria ser e foi quase inconsciente que disse:

- Venho sim, pode deixar que eu venho.

Motivos

Ela casou-se com ele porque havia algo nos seus altos e baixos que a cativava. A maior parte do tempo seu olhos carregavam uma melancolia de quem já sofreu tanto na vida que já nem se importa mais. Mas mesmo assim conseguia fazê-la sorrir. Não um sorriso qualquer, desses comuns que a gente vê e distribui por aí. Eram, na verdade, gargalhadas. Verdadeiras gargalhadas. Daquelas que só pessoas muito seguras de si podem se dar ao luxo. Era isso. Ela se sentia segura com ele. Como uma rainha cujo rei faz o papel de bobo da corte só para fazê-la sorrir. E passava horas tentando entendê-lo, tentando desvendar o segredo que o fazia passar tão naturalmente de um extremo a outro e voltar, como se alegria e tristeza fossem na verdade uma coisa só. Tão unidas uma a outra que não se podia distingui-las ou separá-las. E por mais que tentasse, por mais felicidade que procurasse lhe dar como retribuição, sabia que não podia alcançá-lo. E se ela não podia, ninguém mais podia. Ninguém mais sabia disso. Só ela. E talvez fosse esse o motivo pelo qual ele casara com ela.

quinta-feira, junho 23, 2005

Vai, conquista o mundo

Talvez assim

Vai compreender

Que mais profundo se torna

Quanto mais longe se vai, a dor

E quanto mais se tem

Mais faz falta

Aquilo que nem o amor

Pode fazer

Apenas querer

Tentar entender, por que

Se ama tanto

Se quer tão bem

Se recebe de volta

Apenas desdém

quarta-feira, junho 22, 2005

Micro-conto

Sabia que tinha que fazer alguma coisa, mas as idéias, como o tempo, fugiam-lhe.

sexta-feira, junho 17, 2005

Será?

Dizem que liberdade é apenas mais um esconderijo

Frase de "Where Could I Go" do Ben Harper

segunda-feira, junho 13, 2005

Música tocando na minha cabeça

Deveria estar trabalhando, mas não consigo me concentrar

Deveria estar dormindo, mas fico acordado até tarde

Quando eu deveria fazer tudo o que eu tenho que fazer

Eu penso em você


Deveria estar compondo, mas não encontro uma canção

Fico apenas sentado aqui, divagando

Existe só uma coisa que eu quero fazer

É pensar em você


Eu penso em você, sem descanso

Eu penso em você, e em ninguém mais

É tudo que eu posso fazer, não consigo evitar

De pensar em você


Eu poderia viajar, mas já tive o suficiente

Eu poderia beber, mas não suporto essa coisa

Simplesmente já não tem o mesmo efeito

E eu prefiro pensar em você

"I Think About You" do Bryan Adams

É me desculpem, outra letra de música. As coisas andam um pouco fora de lugar por aqui, e eu ainda não me acostumei com as mudanças que não mudam nada e só aumentam as perguntas. Parece que algo morreu dentro de mim, mas eu ainda não sei o que é. E todos os sinais continuam lá, iguais porém diferentes... vai entender. A vida continua e por hoje é só.

terça-feira, junho 07, 2005

Mais um vez

Quero que você saiba

Que você não precisa mais de mim

Quero que você saiba

Que você não precisa de nada ou de ninguém


Mas, quem vai dizer aonde o vento vai levar você

Quem vai dizer o que vai desarmar você

Eu não sei onde o vento vai soprar

Quem vai saber quando chegou a hora

Não quero ver você chorar

Eu sei que isto não é adeus

trecho de Kite, do U2

quarta-feira, junho 01, 2005

Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar.

José Saramago

quarta-feira, maio 25, 2005

Foi-se embora a poesia

Decerto cansou-se de ver-me triste

Mergulhado em melancolia


Foi-se embora a poesia

Vencida talvez pela saudade

Que verso nenhum alivia


Foi-se embora a poesia

Voltará ainda um dia?

Para dizer que valeu a pena

A palavra que vem de dentro

A lágrima lançada ao vento

O amor que foi incapaz de expressar

Pois amor não se expressa, se sente

E eu sinto muito

segunda-feira, maio 23, 2005

A pedidos

Devo estar lendo os livros errados todo esse tempo, já que tive alguma dificuldade para encontrar as respostas para esse questionário que circulou por aí.

Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

A Cidadela, de A.J. Cronin. Um dos poucos que reli. Alguma coisa na história me chama a atenção. Não sei precisar o que...

Já alguma vez ficaste "apanhadinho" por um personagem de ficção?

Conhecendo-me, sei que deveria ter pelo menos um, mas...

Qual o último livro que compraste?

As Crônicas de Narnia

Qual o último livro que leste?

Cem Anos de Solidão, por indicação de um amigo a quem agradeço e muito.

Que livro estás a ler?

As Crônicas de Nárnia, mais precisamente O Cavalo E Seu Menino

Cinco livros que levarias para uma ilha deserta.

A Bíblia, O Pequeno Príncipe, O Senhor dos Anéis, algum do C.S. Lewis e por último, sinceramente não sei... mais um do Lewis?

3 pessoas a quem vais passar este testemunho e por quê?

Claire, porque ela praticamente me intimou a responder o questionário. Maroldi porque é outro amante de livros e um bom amigo. Bem, e ao leitor desse blog, por motivos óbvios.

quinta-feira, maio 12, 2005

Escolhas

De um jeito ou de outro sofre a criança...

Próximo, sofre com a indiferença daqueles que ama.

Longe, castiga-a sem dó a saudade.

sexta-feira, abril 29, 2005

Poesia, para tirar a poeira

É melhor não se acostumar à solidão

Amanhã ou depois

Se o amor acontecer

Não vai doer tanto

Abrir mão do pranto

E sua companhia

Melancolia

E dividir o espaço

Vai ser mais fácil

Se não ocupá-lo todo

Como um tolo

Consigo mesmo

Consegue sim

Viver assim

A porta talvez fechada

Mas não trancada

E como quem não quer nada

Lance sempre a semente

E não se lamente

Espere o vento trazer

A chuva passar

O tempo

É o bastante

Se nascer viva

Se morrer... poesia

segunda-feira, abril 11, 2005

Na porta do bar

- Eu sabia que uma hora você ia me achar.

- E quem disse que eu estava procurando você?

- Você está sempre me procurando.

- Mesmo se eu estivesse, você não saberia...

- Eu sei... eu sei.

segunda-feira, abril 04, 2005

Crepúsculo

Estou tentando me lembrar do motivo pelo qual escrevi as primeiras poesias. O motivo pelo qual decidi expor minha alma ao vento. Fazia sentido então. Hoje já não sei. Escrevo para lembrar ou para esquecer? Respiro para viver ou para amar? E se amar não é viver, quem vai me devolver os anos que passaram sem que eu percebesse, ocupado demais que estava, até mesmo para crescer? E o que fazer com o tempo que resta? Se o pouco que eu quis escorregou-me a vida toda por entre os dedos destas mãos cansadas, que já não podem segurar mais nada. Nem mesmo a esperança, que ainda resiste e insiste em ceder seu lugar, mas que a cada suspiro de saudade, a cada abraço negado, a cada impulso contido, a cada não-deveria-ser-assim se confunde cada vez mais com resignação ou ressentimento, ou ambos. E eu já não tenho mais respostas, e nem mais sei se as quero. Só que tenho vivido... se é que tenho vivido.

terça-feira, março 29, 2005

Saudades

Acostumei demais a sentir tua falta.

Ver-te é sempre bom demais

Mas dura tão pouco

E passa tão rápido

E eu sempre fico sozinho no final

Eu e a tua ausência

Que eu aprendi a amar

Quase tanto quanto te amo

quarta-feira, março 16, 2005

Um poeminha...

Eu queria que você estivesse aqui

Seria bom ter com quem falar

Tenho falado com Deus

Mas tudo é silêncio

Tudo é dor e silêncio

E eu só vejo você

Dor e silêncio

Seu silêncio

Minha dor


Mas você disse que vem

E é só o que preciso

Para abrir um sorriso

E enquanto a hora não chega

Vou ensaiando as palavras

Para dizer no olhar

Já que sua presença emudece

E o coração até esquece

A dor, o silêncio

sexta-feira, março 11, 2005

Frases que dizem tudo

Só os idiotas não mudam de opinião!

do filme Invasões Bárbaras

terça-feira, março 01, 2005

Da diferença entre não lembrar e esquecer

José pensava em Maria, o tempo todo desejava Maria. Mas nunca lembrou de dizer-lhe que a amava. Maria que precisava ouvir as palavras, foi se cansando da 'indiferença' e um dia resolveu esquecer para sempre José.

segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Distâncias

Não existe distância maior do que a distância de não ser lembrado!

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Sobre lágrimas

Há lágrimas que não querem sair

Olham nos olhos do mundo

E se perguntam por que

Há lágrimas que não querem saber

Apenas caem sem se importar

Se amanhã ou depois cairão outra vez

Há lágrimas que não voltam mais

Depois de trilhar seu caminho

Devolvem ao rosto a paz

Há lágrimas que rolam por dentro

No mais precioso silêncio

O vazio da alma à mercê do tempo

Há lágrimas para chorar

E lágrimas para guardar

Lágrimas de partida

E lágrimas de chegada

E assim de alegria e pranto

Faz-se uma vida

Quem não ama não chora

E quem não chora

Faz alguém chorar

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Enquanto você não vem

Vou dormir agora

Talvez sonhar

Talvez um sonho para reavivar

A frágil chama da esperança

Tão duramente castigada

Pela natureza do tempo

E a indiferença da distância

Que aumenta o desejo


Amanhã vou acordar

E fazer o tempo passar

Não para esquecer

Nem para lembrar

Apenas me convencer

Que segundos, minutos e horas

Duram apenas segundos, minutos e horas

Com ou sem você


É que o tempo sem você pára

Com você dispara

Na verdade apenas passa

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Frases que dizem tudo

A imaginação não gera a insanidade; o que gera a insanidade é exatamente a razão.


A poesia é sã porque flutua à vontade num mar infinito; a razão, porém, procura atravessar o mar infinito, tornando-o finito.


Pretende ele (o poeta), simplesmente, enfiar a cabeça nos céus, ao passo que o lógico se esforça por enfiar os céus na cabeça. E é a cabeça que estala.

Chesterton

segunda-feira, janeiro 31, 2005

À peça que falta

A vida é um quebra-cabeça que vamos montando aos poucos, sem saber direito qual será o resultado final. Algumas peças vêm no pacote e temos que nos virar com elas. Outras podem ser escolhidas a dedo, mas nem sempre aceitam a eleição. Algumas peças se perdem e são facilmente substituídas. Outras se vão, mas não sem antes cumprir o seu papel. E embora sintamos saudades, aceitamos com serenidade o fim de uma fase.

E tem aquelas peças insubstituíveis, de valor inestimável, sem as quais a obra fica eternamente incompleta, vazia e sem graça. Não são facilmente encontradas e podemos até montar o quadro sem elas, como alguém que se conforma com a prata por não conhecer o ouro. Podemos passar pela vida sem o amor, mas quando ele acontece, descobrimos que não há vida sem ele e dificilmente nos contentaremos com algo menor. É justamente essa peça que ocupa o lugar central da obra e mantém todas as demais unidas. Sabemos que haverão outras batalhas para lutar e as lutaremos, porém não sem antes dar a vida, se preciso for, para conquistar "a peça que falta".

terça-feira, janeiro 25, 2005

Acreditar no amor

Essa é das antigas. 1987. Por algum motivo (que ainda desconheço) é a música tocando nos meus ouvidos ultimamente. Desculpem-me aqueles que não falam inglês, mas minhas tentativas de traduzi-la deram pouco resultado e tiraram toda a beleza das palavras do Chris Eaton, maravilhosamente interpretadas pelo grande Russ Taff.

Believe In Love


After we have listened to everything there is left to say

Watching the intended realities slowly fade away

Why is all we desire taken from our hands

And every dream is drifting away

There is understanding for everyone who has ears to hear

No more looking over your shoulder for someone to appear

Maybe you should be looking right into His eyes

So say good-bye to someone else's lies


Somedays i get up in the morning and i wish i wasn't there

Life seems so incredibly lonely when no wants to care

But i found somewhere whithin this heart a Friend for Life

To hold me close till all my fears subside


I've got to know

Do you believe in love

And all the things you've searched the world to find

But know nothing of

Through the sun, through the fire and the rain

Nobody can ever touch you again

If you believe in love


Don't be afraid

Don't be afraid

Of the questions anymore

The answer lies waiting

segunda-feira, janeiro 17, 2005

José da Silva

José é um erro que acontece todo dia. A alegria esperando o momento de acontecer. Ele só quer ser um bom filho. Mas não o vêem seus pais. José é o herói solitário de suas próprias aventuras, onde o amor é só uma de suas muitas feridas. Ele tem um coração do tamanho do mundo, num mundo que é grande demais para ele compreender. José sente frio no calor, e no frio se aquece com as memórias do que poderia ter sido. Para José, a dor é como o ar, essencial. E ele chora assustado, despercebido diante do infinito. Suas lágrimas distorcem o céu de onde ele espera o socorro. No limite daquilo que nunca foi, José grita em silêncio, esperando que o inverno ensolarado um dia chegue ao fim, e que esse fim seja na verdade um novo começo. O começo de algo novo, uma nova estação. Quente, com chuvas ocasionais todos os dias. José é alguém como ninguém é também. José tem o Filho, é filho de Deus.

segunda-feira, janeiro 10, 2005

Só para lembrar

Quem fala muito acerta pouco