José é um erro que acontece todo dia. A alegria esperando o momento de acontecer. Ele só quer ser um bom filho. Mas não o vêem seus pais. José é o herói solitário de suas próprias aventuras, onde o amor é só uma de suas muitas feridas. Ele tem um coração do tamanho do mundo, num mundo que é grande demais para ele compreender. José sente frio no calor, e no frio se aquece com as memórias do que poderia ter sido. Para José, a dor é como o ar, essencial. E ele chora assustado, despercebido diante do infinito. Suas lágrimas distorcem o céu de onde ele espera o socorro. No limite daquilo que nunca foi, José grita em silêncio, esperando que o inverno ensolarado um dia chegue ao fim, e que esse fim seja na verdade um novo começo. O começo de algo novo, uma nova estação. Quente, com chuvas ocasionais todos os dias. José é alguém como ninguém é também. José tem o Filho, é filho de Deus.