segunda-feira, dezembro 13, 2004

Como pai e filho

O que você faz comigo?

Mesmo estando tão longe

Indiferente à saudade e sentimentos que tenho por você

A simples menção do seu nome, do lugar onde você está

De qualquer coisa que por qualquer motivo tenhamos compartilhado

Faz meu coração bater mais intensamente

Como se cada batida fosse a última, ou a primeira

Poderia amá-lo mais?

E, fosse isso possível, seria suficiente para alcançá-lo?

Sinto que não

No seu mundo sou apenas um objeto estranho

Desnecessário e descartável

Que você não entende

E se entende, não sabe o que fazer com ele

Preferindo mantê-lo com nada além do seu silêncio

Que não fecha totalmente a porta

E tampouco convida a entrar

Você me ensinou a voar

Mas levou minhas asas quando foi embora

Deixando-me nas nuvens

De onde não posso descer

E por que permanecer se você não está?

Posso apenas encolher-me, impotente e perdido

Contido por esse amor tão grande quanto incapaz

Suspenso e incompleto como a esperança frustrada

Fico aqui, diante dessa tela escura que não diz nada

Querendo saber o que aconteceu

E, mais do que isso, como continua a história

Todo o tempo do mundo é pouco tempo para esperar por você

Por isso eu espero

Eu só amo e espero