quinta-feira, setembro 27, 2012

Espanha a pé

Eu viajava para descobrir o que me faltava...

Seria esse também o motivo pelo qual lemos? Imagino que sim. Espanha a pé, o relato de uma caminhada solitária de Marcelo Masson Maroldi é um livro de viagem, mas não é um livro de viagem qualquer ou desses que estamos acostumados a ver por aí. Mais do que uma viagem pela bela Espanha, ao abrirmos o relato da épica caminhada somos convidados a uma viagem pela alma humana, aquela que sente, pulsa, questiona, se supera, segue em frente, emociona-se e emociona, toca e deixa-se ser tocada. O livro é um diário dos 42 dias que Marcelo passou caminhando de Cádiz até Finisterre, um percurso que totalizou 1353 quilômetros, boa parte ele percorreu sozinho, enfrentando não apenas a solidão, mas também o frio, a chuva, caminhos mal sinalizados e claro, o cansaço físico. Mas a caminhada de Marcelo é tudo menos solitária, pois ao acompanharmos sua história somos levados juntos por cada trecho do caminho e podemos sentir cada frustração, cada expectativa e cada descoberta. Tanto que o autor afirma, logo depois de uma conversa com um senhor de 80 anos: "Eu já não caminhava mais por mim". Ao compartilhar cada passo de sua jornada, não apenas através do livro, que será lançado dia 13 de outubro, mas também por um blog e por uma página do Facebook, Marcelo caminha por todos aqueles que sentem vontade de colocar o pé na estrada, por todos aqueles que querem mais do que a vida nossa de cada dia oferece e trilham, mesmo sem sair do lugar muitas vezes, o caminho do autoconhecimento.

E a beleza da jornada, não está apenas nos belos lugares retratados nas fotografias, mas também, e principalmente nos muitos encontros com personagens improváveis. São pessoas simples, mas cheias de vida. A maioria deles são breves, mas não por isso menos intensos. E o autor consegue tirar de cada um desses encontros beleza e tocar o leitor da mesma maneira que se deixa tocar por essas pessoas que oferecem ajuda e compartilham suas histórias. Como o próprio autor bem coloca, são pessoas que ele jamais voltará a ver, mas que ganham vida nas páginas do livro e nos deixam com a vontade de estar lá para poder compartilhar, seja um sorriso, um abraço ou ainda uma lágrima.

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segunda-feira, janeiro 02, 2012

Resoluções

Fiz apenas uma resolução formal em 2011. Que era ler ao menos 2 livros por mês. Quase cheguei lá, acho que faltou um livro, mas relaxei durante o ano e li alguns livros 'maiores', outros em inglês, o que diminui um pouco o ritmo. Enfim, dizem que resoluções são feitas para serem esquecidas e/ou abandonadas antes do Carnaval. Gosto dessa proposta de tentar organizar a vida no princípio do ano, mas não farei resoluções para 2012. Continuo querendo ser uma pessoa melhor e isso, por si só, já é uma resolução para a vida toda. Quero também escrever mais, aqui pelo menos. Faz um tempo que venho pensando nisso, mas a tarefa já não vem naturalmente. Nos bons tempos deste blog, era uma necessidade colocar para fora, dar voz a alguns sentimentos. Hoje, menos. Parece que algo foi perdido ou superado. Escrever também é sentir, e talvez seja esse o objetivo maior. Resgatar aquela intensidade inocente, encontrar nova inspiração e viver... mais. Por hoje é só!