Incrível como a maior preocupação de algumas pessoas parece ser "com que roupa vou sair hoje" ou "como vai acabar o caso Ronaldinho-Cicarelli". Por sua vez, outras vivem perseguidas por pensamentos do tipo "quero fazer melhor", "quero me esforçar mais", "quero acreditar ao pé da letra".
Quando era mais novo, me empolgava a possibilidade de moldar meu caráter e eu vivia me impondo desafios que me afastassem cada vez mais do meu eu.
Hoje, estou começando a envelhecer... minha humanidade me assuta como nunca e, às vezes, me sinto perdido, sem saber o que fazer comigo mesmo. Me assustam as portas que eu abri e não consigo fechar, a inocência que perdi e não pode ser recuperada. O conhecimento me tirou a ingenuidade, a dor me tornou amargo e o tempo vai lentamente minando a esperança que me mantém vivo. Eu já não tenho mais respostas, só o que tenho vivido. Receio que isso não seja suficiente.
Se ao menos eu não precisasse tanto entender tudo, se pelo menos eu conseguisse colocar a dor onde não atrapalhasse tanto minha visão, se ao menos eu conseguisse me importar mais com aqueles que estão por perto e menos com a distância que me faz sofrer... talvez a vida se tornasse mais fácil. Porém, nesse caso, talvez minha maior preocupação fosse com o próximo jogo da Seleção, ou que acessório comprar para o meu carro turbinado. E eu, simplesmente, me recuso a viver por isto.
"Me assustam as portas que eu abri e não consigo fechar, a inocência que perdi e não pode ser recuperada". mexendo nos arquivos e é exatamente assim q me sinto hoje, mas como vc costuma dizer , por hoje é só...bjs poeta.
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