Por duas vez nos últimos dias, um amigo, talvez motivado pelo último post, dirigiu-me a seguinte pergunta: "ué, o que aconteceu com a esperança? não era você que a defendia tanto?" Não sei bem o que respondi, mas não deve ter sido algo razoável, já que a pergunta se repetiu. O fato é que a esperança ainda está aqui, dentro do peito, fazendo bater este coração contraído e cansado. A esperança me trouxe até aqui. Levar-me-á em frente? Sinceramente não sei. Porque se devo perder tudo o que tenho para encontrar aquilo que mais me faz falta, então abro mão da esperança e fico vazio, fora de mim mesmo.
No começo desta história, eu não tinha nada para perder, mas daria tudo o que porventura tivesse. Foi-me dado aquilo que mais queria (mesmo que eu não soubesse disso) para que eu aprendesse com a dor da perda e descobrisse a esperança. Hoje, é só tudo o que tenho. Nada mais posso dar. E se tenho que sacrificar as batidas do meu coração, torço que o sacrifício seja na verdade "um bem aventurado salto para a eternidade". E mal posso esperar pelo resultado de tão melancólica jornada, já que, esgotadas todas as demais possibilidades, e, dada a fé com que sacrifico meu Isaque, só pode dar certo. E o que parece ser o fim é na verdade um novo começo. O começo de um estação quente com chuvas e tempestades ocasionais todos os dias. E eu mal consigo esperar para ver.