terça-feira, agosto 31, 2004

Filosofia barata

Negar veementemente seus erros não vai apagá-los, apenas irá torná-los maiores.

O ser humano não sabe conviver com a felicidade. Quando ela se torna rotina, isto é, quando nos acostumamos com ela, começamos a colocar defeito e reclamar que nada está bom.

segunda-feira, agosto 30, 2004

O porquê dos porquês

Explicações, por que será que precisamos tanto delas?

Por que precisamos fazer tantos perguntas? E por que condicionamos nossa felicidade às respostas? Por que tantos porquês?

Usando uma das minhas frases preferidas (tirada do filme "Terra das Sombras"), hoje eu não tenho mais respostas. Só o que tenho vivido!

sábado, agosto 21, 2004

Humanidade

Com certeza alguém menos estúpido do que eu deve ter chegado a mesma conclusão, enunciando-a com mais finesse. O fato é que:

Não existem limites para a estupidez humana.

Não vou ilustrar pois acho que cada um deve ter pelo menos uma boa história que comprove essa observação. Não quero ofender ninguém, mas na época em que o pensamento políticamente correto dita o que é certo ou errado, tudo é relativo. E nesse cenário, sempre existe alguém criativo e idiota o suficiente para tomar atitudes que surpreendem até mesmo a mente mais aberta. Impossível evitar o sentimento de perplexidade, choque e pavor! Não necessariamente ao mesmo tempo e não necessariamente nessa mesma ordem. É a vida...

quinta-feira, agosto 19, 2004

Falar

Falar é algo estranho... às vezes não conseguimos parar e às vezes não conseguimos nem começar!

segunda-feira, agosto 16, 2004

Voltas

Engraçado. Quando escrevia apenas para lembrar, escrevia mais. Agora que escrever tornou-se uma necessidade, fico negligenciando a tarefa. Não acho uma explicação para isso, o fato é que não é novidade. Não posso falar por todo mundo, mas parece que o ser humano prefere adiar o máximo possível aquilo que precisa fazer. Talvez diante da possibilidade de um momento de maior inspiração no futuro (no fim o único estímulo acaba sendo a urgência), ou numa explicação mais cômoda, na esperança de que adiar um compromisso faça com que ele se resolva sozinho.

Lembro que na faculdade tinha todo o tempo do mundo para me preparar para as provas. Com o profundo desejo de ser um aluno aplicado e responsável, me programava para estudar antecipadamente quando uma prova mais complicada surgia no horizonte. Não era uma programação do tipo "me engana que eu gosto". Era algo genuíno. Lembro-me até de retirar os livros da biblioteca umas duas semanas antes e cancelar outros compromissos com a desculpa do "preciso estudar". Eu queria mesmo me preparar adequadamente para as avaliações mas... A verdade é que sempre surgiam mil-e-uma distrações inadiáveis e chegava a implacável "véspera da prova" sem que eu tivesse estudado uma página sequer. Como diz aquele 'ditado', só se aprende a nadar quando a água bate vocês sabem onde. Nessas situações eu sempre fazia uma de duas coisas: ou passava uma terrível noite acordado, tentando aprender em algumas horas o conteúdo de semanas de aulas, ou dizia pra mim mesmo "se você não estudou/aprendeu isso nos últimos quinze dias, não vai ser agora que vai fazê-lo". Esta última opção, infelizmente, era a mais prática e confesso que optei por ela boa parte das vezes.

Talvez seja só eu, mas a impressão que tenho é que muitas vezes vivemos como se tivéssemos todo o tempo do mundo, como se sempre existisse um depois. No entanto, como o tempo não pára, chega um momento em que começamos perceber que cada dia a mais é mais um dia a menos, e aquele sentimento de urgênia que ao mesmo tempo almejamos e ignoramos por tanto tempo, passa a dirigir nossas ações. Imagino que isso seja uma das características trazidas pela maturidade. Fazer agora o que precisa ser feito agora, porque depois haverão outras coisas que precisarão serrem feitas. Preocupar-se mais com aquilo que realmente importa e não ocupar o tempo com distrações tão supérfluas quanto efêmeras. Porque os ponteiros do relógio dão voltas, mas diferentes de outras voltas, essas voltas vão, mas não voltam mais.

segunda-feira, agosto 09, 2004

Escrevendo

A letras me perseguem. O primeiro contato que tive com elas foi com uma Bíblia ilustrada, cujas histórias minha mãe contava. Depois disso, não me lembro quando ou porque resolvi ler por conta própria o primeiro livro, sequer me lembro qual foi. Só sei que tomei gosto e a leitura tornou-se um hábito. Cheguei ao ponto de manter uma lista de tudo que já tinha lido. Em parte graças aos livros, tive uma adoslescência tranqüila, sem muitas turbulências. Claro que, na escola todos me olhavam num misto de estranheza e admiração pelo fato de eu freqüentar bibliotecas, mas nunca liguei muito pra isso.

Não demorou muito e as pessoas a minha volta começaram a sugerir que eu deveria também escrever. Sinceramente, eu nunca entendi porque. Não sei bem qual a relação entre ler e escrever. Aliás, eu sofria muito nas aulas de redação. Eu sabia como tinha que ser um bom texto, mas isso não significava que eu tinha condições de produzir um. Para piorar, uma das professoras que eu tive nos obrigava a escrever uma redação por aula. Eu não gostava muito disso, porque acho que todo ato criativo deve ser espontâneo. O fato é que contrariado e sem inspiração eu martelava umas trinta ou quarenta linhas no papel apenas para cumprir a tarefa. E para minha surpresa, a professora adorava e elogiava muito. Para mim isso era sinal de incompetência e essa professora não gozava muito do meu conceito por causa disso.

Por insistência do meu pai, resolvi arriscar-me na poesia. Escrevi algumas que uma das minhas irmãs transformou em música. Aliás, dar melodia às palvras para mim se tornou a união do útil ao agradável. E compor algumas músicas foi tudo o que fiz nos anos de faculdade, quando minha leitura se resumiu a bits e bytes.

Hoje, de perseguido pelas letras, passei a persegui-las. Estou experimentando algo inédito: vontade de escrever. Lembro-me de uma frase do filme Mudança de Hábito 2, mais ou menos assim: "se você acorda pensando em cantar, passa o dia inteiro cantando e não pensa en outra coisa, então você é um cantor". Não, não tenho a pretensão de me considerar um escritor, sou apenas alguém que escreve. Escrever tem se tornado uma necessidade para mim. Preciso liberar espaço na memória, e dar lugar a outras idéias. Escrevo por que preciso. E precisar não implica em saber fazer. Estas letras são apenas um exercício de uma necessidade. Um brincadeira levada à sério, mas como toda brincadeira sem compromisso nenhum.

terça-feira, agosto 03, 2004

Pensamentos e brinquedos

Por que parece tão mais fácil pensar em algo para escrever aqui, às quatro da madrugada, na escuridão do meu quarto, a cabeça grudada no travesseiro, debaixo do meu cobertor preferido, quando acordo por qualquer que seja o motivo e mesmo que tente não consigo pegar novamente no sono?

Como os brinquedos de Toy Story, que ganham vida longe dos olhos humanos, meus pensamentos e idéias adquirem vontade própria e brincam livremente, sem restrições, sem censuras, sem limites. Por mais que eu procure contê-los, implorando que me deixem dormir não posso com eles. Eu poderia acender a luz e tentar registrar o que se passa, mas nesse caso só veria alguns brinquedos um tanto quanto sem graça, espalhados pelo quarto em lugares onde não me lembro de tê-los deixado.

Por exemplo, estas idéias pareciam bem melhores às quatro horas da madrugada, na escuridão do meu quarto, a cabeça grudada no travesseiro, debaixo do meu cobertor preferido. Agora, carecem um pouco de brilho e imaginação, como que acanhadas pela luz do dia. Vai ver eu sou o Andy, aquele moleque chato que está crescendo e que sempre aparece para acabar com a magia quando algo belo e emocionante está para acontecer.