Eu viajava para descobrir o que me faltava...
Seria esse também o motivo pelo qual lemos? Imagino que sim. Espanha a pé, o relato de uma caminhada solitária de Marcelo Masson Maroldi é um livro de viagem, mas não é um livro de viagem qualquer ou desses que estamos acostumados a ver por aí. Mais do que uma viagem pela bela Espanha, ao abrirmos o relato da épica caminhada somos convidados a uma viagem pela alma humana, aquela que sente, pulsa, questiona, se supera, segue em frente, emociona-se e emociona, toca e deixa-se ser tocada. O livro é um diário dos 42 dias que Marcelo passou caminhando de Cádiz até Finisterre, um percurso que totalizou 1353 quilômetros, boa parte ele percorreu sozinho, enfrentando não apenas a solidão, mas também o frio, a chuva, caminhos mal sinalizados e claro, o cansaço físico. Mas a caminhada de Marcelo é tudo menos solitária, pois ao acompanharmos sua história somos levados juntos por cada trecho do caminho e podemos sentir cada frustração, cada expectativa e cada descoberta. Tanto que o autor afirma, logo depois de uma conversa com um senhor de 80 anos: "Eu já não caminhava mais por mim". Ao compartilhar cada passo de sua jornada, não apenas através do livro, que será lançado dia 13 de outubro, mas também por um blog e por uma página do Facebook, Marcelo caminha por todos aqueles que sentem vontade de colocar o pé na estrada, por todos aqueles que querem mais do que a vida nossa de cada dia oferece e trilham, mesmo sem sair do lugar muitas vezes, o caminho do autoconhecimento.
E a beleza da jornada, não está apenas nos belos lugares retratados nas fotografias, mas também, e principalmente nos muitos encontros com personagens improváveis. São pessoas simples, mas cheias de vida. A maioria deles são breves, mas não por isso menos intensos. E o autor consegue tirar de cada um desses encontros beleza e tocar o leitor da mesma maneira que se deixa tocar por essas pessoas que oferecem ajuda e compartilham suas histórias. Como o próprio autor bem coloca, são pessoas que ele jamais voltará a ver, mas que ganham vida nas páginas do livro e nos deixam com a vontade de estar lá para poder compartilhar, seja um sorriso, um abraço ou ainda uma lágrima.
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